Carta Aberta de Servidores da FUNAI: Conflito Fundiario no Mato Grosso do Sul
Com profunda tristeza e pesar,
Com profunda tristeza e pesar,
O UFSC – Cidade Revista cobriu o Seminário organizado pelo NEPI, “Universidade e Educação Intercultural Indígena: Experiências em diálogo, desafios para uma inclusão de qualidade, e construção de espaços para produção e trocas de saberes diversos”.
O resultado você pode conferir no link abaixo (a parte do vídeo em que se encontra a reportagem sobre o Seminário encontra-se próximo ao minuto 9).
http://noticias.ufsc.br/2015/07/confira-o-ufsc-cidade-revista/
Clique nos links abaixo para acessar 1) a programação completa em formato PDF e 2) para visualizar o Folder com a programação do Seminário*:
1)
2)
* A programação completa em PDF possui informações mais detalhadas sobre os filmes que serão exibidos durante os dias de Seminário.
Inserido por: Administrador em 01/06/2015.
Fonte da notícia: Cimi Regional Sul
A cacica Kerexu Yxapyry (Eunice Antunes), da Terra Indígena (TI) Morro dos Cavalos, município de Palhoça/SC, vem sofrendo graves ameaças contra sua integridade física, sua família e comunidade devido ao seu posicionamento firme na luta pela regularização da TI. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) – Regional Sul quer tornar públicas essas ameaças e solicitar providências por parte das autoridades competentes.
Desde o início de 2015, as ameaças de morte e perseguição a cacica retomaram com grande intensidade. Kerexu relatou que nos últimos dias indivíduos não identificados vêm constantemente invadindo a Terra Indígena e monitorando a movimentação em sua casa. As ações acontecem por pessoas em motocicleta, que chegam de madrugada e fazem ronda. Em uma dessas vezes, o disjuntor de energia que abastece sua casa caiu e o medidor de energia explodiu, deixando os moradores às escuras. Em outra ação, os estranhos seguiram Eunice. Ontem, 31 de maio, o tio da cacica foi abordado por sete jovens que novamente mandaram o recado com ameaças para cacica.
Como das outras vezes que ocorreram as ameaças, elas foram precedidas de ataques difamatórios de parte da imprensa catarinense com o claro intuito de colocar a população contra os indígenas. Em 2014, o jornal Diário Catarinense, filiado ao grupo RBS, ligado à Rede Globo, publicou uma reportagem em cinco partes que destilava preconceitos contra a comunidade indígena e questionava a regularização da TI. O referido jornal, constantemente veicula matérias em que os Guarani aparecem como entrave ao desenvolvimento do Estado, principalmente no que se refere à construção de pistas adicionais na BR-101, que corta a TI Morro dos Cavalos.
Nos últimos dias, foi publicada uma entrevista com um deputado federal e diversas matérias associando a TI Morro dos Cavalos com decisão judicial de outra Terra Indígena, todas contrárias aos Guarani. Não é de hoje que a comunidade indígena vem denunciando a violência contra os membros da comunidade e, principalmente, contra a cacica Eunice.
Em 2013, o Cimi Sul protocolou documento junto à Secretaria Nacional de Direitos Humanos (veja aqui), denunciando as violências contra os Guarani em Santa Catarina e, especificamente, as ameaças de morte e agressões contra a comunidade indígena Morro dos Cavalos. Na época, a cacica havia recebido telefonemas anônimos com ameaça de morte e de queima da casa dela e de outros professores indígenas.
Nos anos de 2013 e 2014, a comunidade indígena sofreu quatro ataques ao seu patrimônio por meio do corte criminoso das tubulações de água que abastecem as famílias, deixando-as sem água.
Diante da falta de providência das autoridades competentes, a cacica decidiu tornar públicas as denúncias, manifestando que “em meio ao turbilhão de ataques e ameaças que estamos vivendo agora, não seria justo ficarmos calados sabendo que temos toda uma memória para mostrar. Temos que nos fazer valer de todas as ferramentas que os não indígenas criaram em nossa própria defesa, pois é assim que eles tentam nos destruir: tirando tudo o que foi nosso um dia e nos intimidando para nos calar”, denunciou a cacica Eunice.
O Cimi Sul acredita que, para pôr fim a essa violência, é necessário e urgente a homologação da Terra Indígena por parte da presidente Dilma Rousseff, para que possa se concluir a indenização justa aos ocupantes não indígenas e a comunidade possa usufruir livremente da terra de seus antepassados.
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Osmarina de Oliveira
SEMINÁRIO “VARIAÇÕES SOBRE O INDIGENISMO”
Terça-feira, 17 de março, às 15h30min – sala 110 do CFH/UFSC.
Participantes: Laura Giraudo (EEHA/CSIC), José Kelly (PPGAS-UFSC) e Ricardo Verdum (NEPI/PPGAS-UFSC)
Apresentação e debate: Oscar Calavia (PPGAS-UFSC) e Jesús Esteban Bustamante (Instituto de Historia-CSIC)
Organizam: NH-NESSI, NEPI, PPGAS-UFSC, i-LINK0738 (CSIC, 2014-2015) e RE-INTERINDI (MINECO España, HAR2013-41596-P).
Aos Organizadores do Prêmio Esso de Jornalismo
A Associação Brasileira de Antropologia (ABA) manifesta seu desapontamento ao tomar conhecimento, que entre os finalistas do tradicional e conceituado “Premio Esso de Jornalismo” encontra-se uma reportagem sobre Índios Guarani de Morros dos Cavalos (SC), intitulada: “Terra Contestada”. Esta reportagem busca infirmar os direitos constitucionais e territoriais indígenas, distorce fatos, inverte imagens, apresenta inverdades, estimula controvérsias, lança impropriedades, questiona e acusa profissionais da antropologia, assim como atribui a responsabilidade a comunidade indígena Guarani de Morros dos Cavalos, por atrasos na duplicação da rodovia da BR 101 e na construção de dois túneis, culpando-a por atropelamentos e acidentes, que ocorrem na rodovia, apontando-a de serem empecilhos ao desenvolvimento, e apresentando-a como chaga e estorvo no litoral catarinense. Caso essa reportagem seja premiada o Prêmio Esso de Jornalismo será conivente com inverdades e estará de fato contrariando a imprensa imparcial e comprometida com os direitos humanos características dos prêmios anteriores.
Moção apresentada pela ABA e aprovada na Assembleia da ANPOCS, realizada no dia 30/10/2014, em Caxambu-MG.
Neste segundo semestre os seminários acontecem pela manhã, toda segunda-feira, das 10 as 12 hs.
As discussões tratam de questões de territorialidade indígena. Alguns encontros irão abordar também a temática do gênero entre populações indígenas.